Com a explosão das apostas e cassinos online no Brasil, cresce o perigo da ludopatia, o vício em jogos de azar. Este guia prático é um recurso completo para quem busca ajuda para si ou para um familiar que enfrenta o transtorno do jogo. Reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma condição de saúde mental, o vício tem tratamento. Felizmente, existe uma grande rede de apoio gratuita e acessível no país. Encontre aqui a Lista de contatos para apostadores com vício em jogos no Brasil e dê o primeiro e mais corajoso passo para a recuperação.
Em momentos de crise aguda, desesperança ou pensamentos negativos, o suporte imediato é vital. O impacto do vício em jogos pode ser devastador para o bem-estar emocional. Felizmente, o Brasil conta com serviços gratuitos e disponíveis 24 horas.
O CVV é um dos serviços mais importantes para apoio emocional no Brasil. Voluntários treinados oferecem uma escuta atenta, sigilosa e sem julgamentos para qualquer pessoa que esteja passando por dificuldades. Embora não seja um serviço específico para a ludopatia, é um canal fundamental para momentos de angústia profunda que podem acompanhar o vício.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) deve ser acionado pelo número 192 em situações de emergência médica. No contexto do vício em jogo, crises de abstinência severas, surtos psicóticos ou tentativas de suicídio são situações que exigem uma intervenção médica imediata.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento para transtornos mentais, incluindo o vício em apostas online. A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) é a porta de entrada para esse cuidado.
Os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) oferecem um serviço de porta aberta. São o principal recurso para o tratamento do transtorno do jogo, oferecendo atendimentos individuais e em grupo.
O Programa Ambulatorial Integrado dos Transtornos do Impulso (PRO-AMITI), ligado ao Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP (IPq-HCFMUSP), é a principal referência nacional no tratamento da ludopatia e outros comportamentos compulsivos.
Compartilhar experiências em um ambiente seguro é uma das estratégias eficazes mais poderosas para a recuperação. No Brasil, os grupos de apoio anônimos são gratuitos e acolhedores.
Baseado no modelo de 12 passos, Jogadores Anônimos é uma irmandade onde membros compartilham suas experiências, forças e esperanças para resolver seu problema comum.
O vício em jogos não afeta apenas o jogador; a família também sofre. O GamAnon é um programa de apoio inspirado no modelo dos 12 passos, voltado a familiares e amigos de jogadores compulsivos.
No Brasil, os grupos de GamAnon costumam funcionar em conjunto com os encontros de Jogadores Anônimos (JA Brasil), oferecendo um espaço seguro para compartilhar experiências e aprender estratégias de enfrentamento.
Existem organizações focadas na conscientização, pesquisa e tratamento da dependência de jogos. Universidades como a UNIFESP também desempenham um papel crucial com pesquisas sobre dependências comportamentais.
O IBJR (Instituto Brasileiro de Jogo Responsável) é uma entidade dedicada a promover o debate sobre o jogo responsável no Brasil. Embora não ofereça atendimento direto ao público, atua na interlocução com o governo e na promoção de campanhas de conscientização e boas práticas no setor.
A EBAC Brasil (Educação e Bem-Estar em Adicções e Comportamentos) trabalha com a prevenção e tratamento de dependências, promovendo informação de qualidade para o público e profissionais.
A ABP não oferece tratamento, mas seu site é uma ferramenta confiável para encontrar médicos psiquiatras especializados em sua região.
As dívidas e a perda financeira são consequências negativas e devastadoras do jogo patológico. Felizmente, existem serviços públicos gratuitos que podem ajudar na renegociação e orientação financeira.
Procon: Os órgãos de defesa do consumidor (Procon) podem auxiliar na renegociação de dívidas e orientar sobre superendividamento. O acesso pode ser feito pelo Procon do seu estado ou por portais nacionais:
Defensoria Pública: Para quem não pode pagar um advogado, a Defensoria Pública oferece assistência jurídica gratuita, ajudando em casos de dívidas e na proteção do patrimônio familiar.
Criar barreiras ao gatilho das apostas online é crucial no processo de recuperação.
Com a regulamentação do Ministério da Fazenda, as casas de apostas e plataformas online legalizadas no Brasil são obrigadas a oferecer a autoexclusão. Esse mecanismo permite que o apostador bloqueie sua própria conta.
Aplicativos como Gamban e BetBlocker bloqueiam o acesso a milhares de sites de apostas em todos os seus dispositivos, ajudando a evitar uma recaída.
Muitos bancos permitem bloquear transações para casas de apostas, mais um passo para quem quer parar de apostar.
Este questionário não substitui um diagnóstico, mas ajuda a identificar alguns sinais importantes de que o jogo virou um transtorno.
Se você respondeu “sim” a uma ou mais perguntas, pode ser um sinal de alerta. O acompanhamento psicológico é recomendado.
Reconhecer que existe um problema com o jogo e decidir procurar ajuda é o ato mais corajoso e o primeiro passo para a recuperação. A ludopatia é uma doença tratável e existe suporte adequado. Desde o atendimento psicológico nos CAPS até a força do apoio mútuo em Jogadores Anônimos, há um caminho. Dê o primeiro passo e use os contatos deste guia. A superação do vício é possível e você não está sozinho.
Sim. O SUS, através dos CAPS, oferece atendimento psicológico e tratamento gratuitos. Além disso, grupos de apoio como Jogadores Anônimos não cobram taxas.
A autoexclusão é uma ferramenta onde o próprio jogador compulsivo solicita o bloqueio de sua conta em sites de apostas por um período, impedindo depósitos e jogos.
Não. É uma organização sem fins lucrativos que se mantém por contribuições voluntárias de seus membros, que compartilham suas jornadas de recuperação.
Para orientação sobre a vida financeira e renegociação de dívidas, procure o Procon. Para assistência jurídica gratuita, a Defensoria Pública é o órgão indicado.
A ludopatia é considerada um transtorno crônico, mas com tratamento adequado e apoio contínuo é possível controlar o comportamento, reduzir recaídas e retomar uma vida equilibrada.
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